Você sabe como perceber e viver o ‘agora’?
Psicólogo propõe reflexões sobre a compreensão da realidade, efeitos da pandemia e um 'novo contemporâneo', ou a sensação de um 'novo normal'
Quantas vezes você repetiu a frase: “O tempo voa”?
Quantas vezes você chegou ao seu destino final sem perceber qual foi o trajeto percorrido?
Quantas vezes você se percebeu no “piloto automático”? Ou paralisado na vida? Ou ainda, preso na sua rotina?
A proposta de reflexão é do psicólogo Carlos Alexandre, da Clínica Ancre.
“Dar-se conta da importância da vida no AGORA é essencial para compreensão da realidade, de uma consciência plena de como você é importante em relação ao que, de fato, existe no momento atual”, observa o profissional.
E como perceber o agora, de forma simples e significativa?
Perceba nesse momento como está seu corpo; seus ombros estão tensionados? Sua língua está no céu da boca, sua mandíbula está tensa? Percebeu sua respiração mudando o fluxo? Pronto! Você acabou de se conectar com você.
A necessidade que criamos de dar conta de tudo, no menor espaço possível de tempo, faz com nossa mente anule o agora, que é preciso ser entendido como um processo de consciência plena e ação do momento.
Aparece em ações cotidianas, como quando o telefone toca, ou a mensagem surge no aplicativo.
“O telefone tocou e a mensagem surgiu, eu sei o que tenho que fazer – atender, falar ou escrever e dar uma resposta, não no tempo certo, mas no momento adequado e isso, faz toda a diferença”, explica o psicólogo.
Uma mente que está deprimida poderá pensar que a ligação potencializará a sua angústia, logo, não atenderá ou responderá e se anula na possibilidade de viver o agora.
Já, uma mente que está ansiosa atende o telefone e mal lê a mensagem, com a pretensão de dar a resposta mais rápida, não percebendo a comunicação do outro com reflexão. Segue no modo “piloto automático”, antecipando um possível sofrimento, fazendo com que o agora não exista.
“O agora está pedindo apenas que você atenda o telefone, sem prever ou abreviar o futuro, sem calcular probabilidades.”
Ao mesmo tempo que ele estabelece uma necessidade de sua importância, ele precisa ser pontual e vivido para que não se lance mão da esperança”, diz o profissional.
Saber aproveitar o momento
“Viver o agora não se resume na imposição de apenas ter uma sensação de felicidade, mas saber aproveitar o que o momento está nos trazendo de concreto e de atual”, ensina Carlos Alexandre.
As experiências deste agora nos fazem ser quem somos. Quando não estamos percebendo o momento com autenticidade, não conseguimos perceber isso. Nós somos produtos do agora, pois só vai existir o amanhã se vivermos verdadeiramente o agora.
Pandemia e um novo contemporâneo, a sensação de um “novo normal”
Pandemia muda o significado do tempo – Foto: DivulgaçãoO Psicólogo Carlos Alexandre destaca ainda que a pandemia mexeu com as nossas escalas subjetivas existenciais.
“O fator tempo está intimamente associado às possibilidades e ao nosso projeto de vida e, para isso, faz-se necessário viver o agora de uma forma mais plena”, observa.
“Há sentimentos pairando no ar que se relacionam ao novo normal, de necessidade do agora com qualidade, que nos faz ter maior clareza da consciência, do porquê o trabalho ficou mais importante, da falta que faz estar com as pessoas que amamos e do porquê o amor se tornou mais relevante em nossas vidas”, reflete.
Para o psicólogo, estamos ressignificando nossas ideias sobre o agora. Estamos repensando se é preciso ser sempre rápido, se precisamos chegar antes.
“Precisamos responder tudo e no menor tempo possível? É preciso emagrecer para ontem? Preciso comer todo esse prato o mais rápido possível?”, reflete o psicólogo, sobre nossas necessidades de agilidade.
“Viver o agora faz parte do plano de vida, nos faz tirar proveito e vantagem da situação que estamos, e ter satisfação com o agora faz bem para a vida”, finaliza o psicólogo, em sua reflexão.
Sobre o profissional
Psicólogo Carlos Alexandre Rodrigues CRP 12/19276
Especialista em Gestão de Pessoas
Coordenador Institucional da Faculdade Censupeg
Pesquisador do Núcleo de Pesquisas em Clínica da Atenção Psicossocial – PSICLIN/UFSC
Mestrando no do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina
@alexandre.psic
@clinicaancre
E-mail: psicologia.casr@gmail.com
WhatsApp: (48) 9 9657-0160
Edição: Alessandra Cavalheiro
Fonte/ND+
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